1. NOME DO MEDICAMENTO
Beta-histina Generis 24 mg Comprimidos
Cada comprimido contém 24 mg de dicloridrato de beta-histina.
Excipiente(s)com efeito conhecido:
Lactose monohidratada - 210 mg
Lista completa de excipientes, ver secção 6.1.
Comprimido.
Os comprimidos são cilíndricos, biconvexos, com linha de quebra num dos lados.
4.1. Indicações terapêuticas
- Vertigem, zumbidos e perda de audição associados à Síndrome de Ménière.
4.2. Posologia e modo de administração
A dose diária inicial é de 48 mg repartidos ao longo do dia.
As doses de manutenção variam entre 24 e 48 mg/dia.
A dosagem deve ser adaptada individualmente de acordo com a resposta terapêutica.
Os comprimidos são para administração oral de preferência às refeições.
População pediátrica
Devido a falta de dados de segurança e eficácia, Beta-histina Generis não é
recomendado a crianças com menos de 18 anos.
População geriátrica
Embora apenas existam dados limitados de estudos clínicos neste grupo de doentes, a
experiência pós-comercialização sugere que não são necessários ajustes da dose.
Insuficiência renal
Embora apenas existam dados limitados de estudos clínicos neste grupo de doentes, a
experiência pós-comercialização sugere que não são necessários ajustes da dose.
Insuficiência hepática
Embora apenas existam dados limitados de estudos clínicos neste grupo de doentes, a
experiência pós-comercialização sugere que não são necessários ajustes da dose.
4.3. Contraindicações
Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer um dos excipientes mencionados na
secção 6.1.
Feo cro mo c it o ma.
4.4. Advertências e precauções especiais de utilização
Os doentes com asma brônquica ou com história de úlcera péptica necessitam de ser
cuidadosamente vigiados durante o tratamento.
Beta-histina Generis contém lactose.
Doentes com problemas hereditários raros de intolerância à galactose, deficiência total
de lactase ou malabsorção de glucose-galactose não devem tomar este medicamento.
4.5. Interações medicamentosas e outras formas de interação
Não foram realizados estudos de interação "in vivo". Considerando os estudos "in
vitro", não é esperado inibição "in vivo" das enzimas do Citocromo P450.
Os estudos “in vitro” indicam uma inibição do metabo lismo da beta-hist ina por
medicamentos que inibem a mo noamino-oxidase (MAO), incluindo o subtipo B da
MAO (por ex: selegilina). É recomendada precaução quando a beta-histina é utilizada
concomitantemente com os inibidores da MAO (incluindo os seletivos do subtipo B da
MAO).
Dado que a beta-histina é um análogo da histamina, a interação da beta-histina com
anti-histamínicos pode em teoria afetar a eficácia de um destes medicamentos.
4.6. Fertilidade, gravidez e aleitamento
Gravidez
Não existem dados adequados relativos ao uso da beta-histina na mulher grávida. Os
estudos em animais são insuficientes para determinar os efeitos sobre a gravidez,
desenvolvimento embrionário/fetal, parto e desenvolvimento pós-natal. O risco
potencial para o homem é desconhecido. A beta-histina não deverá ser utilizada durante
a gravidez, a menos que tal seja claramente necessário.
Amamentação
Desconhece-se se a beta-histina é excretada no leite materno. Não há estudos em
animais sobre a excreção da beta-histina no leite materno. A importância deste
medicamento para a mãe deve ser avaliada face aos benefícios do aleitamento e o
risco potencial para a criança.
4.7. Efeitos sobre a capacidade de conduzir e utilizar máquinas
A beta-histina está indicada para a Doença de Ménière e no tratamento sintomático das
vertigens. Estas duas doenças podem afetar negativamente a capacidade de conduzir e
utilizar máquinas.
A beta-histina demonstrou ter efeitos nulos ou desprezíveis em estudos clínicos
especificamente desenhados para investigar a capacidade de conduzir ou utilizar
máquinas.
4.8. Efeitos indesejáveis
Em ensaios clínicos controlados por placebo, foram observados os seguintes efeitos
indesejáveis em doentes tratados com beta-histina, com as frequências abaixo indicadas
Muito frequentes (?1/10)
Frequentes (?1/100, <1/10)
Pouco frequentes (?1/1.000, <1/100)
Raros (?1/10.000, 1/1.000)
Muito raros (<1/10.000)
Desconhecido (não pode ser calculado a partir dos dados disponíveis)
Doenças do sistema nervoso
Frequentes: cefaleias.
Doenças gastrointestinais
Frequentes: náusea e dispepsia.
Adicio nalmente aos efeitos indesejáveis reportados durante os ensaios clínicos, foram
reportados os seguintes efeitos indesejáveis, espontaneamente, durante a utilização pós-
comercialização e na literatura científica. Como as frequências não puderam ser
estimadas a partir dos dados disponíveis, foram classificadas como "desconhecidas".
Doenças do sistema imunitário
Reações de hipersensibilidade, por ex. anafilaxia.
Doenças gastrointestinais
Queixas gástricas (por ex. vómitos, dor gastrointestinal, distensão abdominal e
inchaço), o que normalmente pode ser evitado por administração da dose durante as
refeições ou por redução da dose.
Afeções dos tecidos cutâneos e subcutâneos
Reações de hipersensibilidade cutânea e subcutânea, em particular edema
angioneurótico, urticária, rash e prurido.
Notificação de suspeitas de reações adversas
A notificação de suspeitas de reações adversas após a autorização do medicamento é
importante, uma vez que permite uma monitorização contínua da relação benefício-
risco do medicamento. Pede-se aos profissionais de saúde que notifiquem quaisquer
suspeitas de reações adversas diretamente ao INFARMED I.P.
Sítio da internet: http://www.infarmed.pt/web/infarmed/submissaoram
(preferencialmente) ou através dos seguintes contactos:
Direção de Gestão do Risco de Medicamentos
Parque da Saúde de Lisboa, Av. Brasil 53
1749-004 Lisboa
Tel: +351 21 798 73 73
Linha do Medicamento: 800222444 (gratuita)
E-mail:
[email protected] 4.9. Sobredosagem
Têm sido reportados alguns casos de sobredosagem. Alguns doentes sofreram sintomas
ligeiros a moderados com doses até 640 mg (por ex. náusea, sonolência e dor
abdo minal).
Em casos de sobredosagem intencional foram observadas complicações mais graves
(por ex. convulsões, complicações cardíacas ou pulmonares), em particular quando em
associação com outros medicamentos também em sobredosagem.
O tratamento da sobredosagem deve incluir medidas gerais de suporte.
5.1. Propriedades farmacodinâmicas
Grupo Farmacoterapêutico: 2. 7 –Sistema Nervoso Central. Antiemético e
antiverginoso, código ATC: N07CA01
O mecanismo de ação da beta-histina é apenas parcialmente compreendido. Existem
várias hipóteses plausíveis que estão suportadas em estudos em animais e em seres
humanos:
- A beta-histina afeta o sistema histaminérgico:
A beta-histina atua igualmente como agonista parcial do recetor H1 da histamina e
como antagonista do recetor H3 da histamina, ao nível do tecido neuronal e tem
atividade desprezível no recetor H2. A beta-histina aumenta o "turnover" da histamina e
libertação, através do bloqueio dos recetores H3 - pré-sinápticos e indução de
"downregulação" dos recetores H3.
- A beta-histina pode aumentar a circulação sanguínea na região coclear, assim como,
em todo o cérebro:
Os ensaios farmacológicos nos animais têm demonstrado que a circulação sanguínea na
estria vascular do ouvido interno melhora, provavelmente devido ao relaxamento dos
esfíncteres pré-capilares da microcirculação do ouvido interno. A beta-histina
demonstrou também aumentar a circulação sanguínea cerebral nos seres humanos.
- A beta-histina facilita a compensação vestibular:
A beta-histina acelera a recuperação vestibular após neurectomia unilateral em animais,
através da promoção e facilitação da compensação vestibular central. Este efeito
caracterizado por "up-regulação" do "turn-over" da histamina e libertação, é mediado
por via do antagonismo do recetor-H3. Em seres humanos, o tempo de recuperação
após neurectomia vestibular foi também reduzido quando tratados com beta-histina.
- A beta-hist ina altera a descarga neuronal nos núcleos vestibular:
Fo i também determinado que a beta-histina possui um efeito inibidor, dose-dependente,
na geração do “spike” neuronal nos núcleos vestibular lateral e medial.
As propriedades farmacodinâmicas como demonstrado em estudos animais podem
contribuir para o efeito terapêutico benéfico sobre o sistema vestibular.
A eficácia da beta-histina foi demonstrada em estudos com doentes com vertigem
vestibular e com Doença de Ménière como manifestado pelas melhorias na gravidade e
frequência dos ataques de vertigem.
5.2. Propriedades farmacocinéticas
Absorção:
O dicloridrato de beta-histina é rapidamente e completamente absorvido pelo trato
gastrointestinal após administração oral.
Após absorção, a droga é rápida e praticamente toda metabolizada em ácido 2-
piridilacético. Os níveis plasmáticos da beta-histina são muito diminutos.
As análises farmacocinéticas são baseadas em determinações dos níveis do 2-PAA no
plasma e na urina.
Sob condições de alimentação, a Cmax é inferior por comparação com condições de
jejum. No entanto, a absorção total da beta-histina é semelhante sob ambas as
condições, indicando que a ingestão de alimentos apenas atrasa a absorção da beta-
histina.
Distribuição:
A percentagem de ligação da beta-histina às proteínas plasmáticas é inferior a 5%.
Biotransformação:
Após absorção, a beta-histina é rápida e praticamente toda metabolizada em 2-PAA (o
qual não tem atividade farmacológica). Após administração oral de beta-histina, as
concentrações plasmáticas (e urinárias) do 2-PAA atingem o seu máximo 1 hora após a
administração e diminuem ao fim de uma semivida de 3,5 horas.
Eliminação:
O metabolito 2-PAA é rapidamente excretado pela urina. No intervalo da dose entre
8 a 48 mg, cerca de 85% da dose original é recuperada na urina. A excreção renal
ou fecal da beta-hist ina por si só é de importância "minor".
Linearidade:
As taxas de recuperação são constantes no intervalo de doses entre 8 a 48 mg,
indicativo que a farmacocinética da beta-histina é linear e sugerindo que a via
metabó lica envo lvida não é saturável.
5.3. Dados de segurança pré-clínica
Toxicidade crónica:
Foram observados efeitos adversos no sistema nervoso em cães e babuínos após doses
intravenosas superiores ou iguais a 120 mg/kg/dia.
Foram realizados estudos sobre a toxicidade oral crónica do dicloridrato de beta-histina
em ratos durante um período superior a 18 meses e em cães durante um período
superior a 6 meses. Foram toleradas doses de 500 mg/kg em ratos e de 25 mg/kg em
cães, sem alterações nos parâmetros clínicos químicos e hematológicos. Não houve
alterações histológicas relacionadas com o tratamento com estas dosagens. Após
aumento da dose nos cães até 300 mg/kg, foi observada emese. Foi reportado na
literatura hiperemia em alguns tecidos associada a um estudo investigacional com beta-
histina nos ratos, superior a 6 meses, com doses de 39 mg/kg e superiores. Os dados
apresentados na publicação são limitados. Consequentemente, o impacto do resultado
deste estudo não é claro.
Potencial mutagénico e carcinogénico:
A beta-histina não tem potencial mutagénico.
Não foram realizados estudos de carcinogenicidade especial com dicloridrato de beta-
histina. No entanto, em estudos de toxicidade crónica com duração de 18 meses, em
ratos, não houve indicação de quaisquer tumores, neoplasmas ou hiperplasia no exame
histopatológico. Consequentemente, o dicloridrato de beta-histina até à dose de 500
mg/kg não demonstrou qualquer evidência de potencial carcinogénico neste estudo
limitado a 18 meses.
Toxicidade Reprodutiva
Os dados são limitados sobre a beta-histina na reprodução. Num estudo de uma geração
de ratos, uma dose oral de 250 mg/kg/dia de beta-histina não teve efeito adverso na
fertilidade masculina e feminina, na implantação do feto, no parto e na viabilidade dos
filhotes durante o aleitamento. Não foram observadas anomalias em ratos desmamados.
Em coelhas grávidas tratadas com doses orais de 10 ou 100 mg/kg de beta-histina, não
foram observados efeitos adversos na implantação, vitalidade ou peso dos fetos e não
fo ra m o bservad as a no ma lias no esque let o fet a l o u tec ido s mo le s. Po de ser co nc lu ído
dos estudos descritos que a beta-histina não tem efeitos detetáveis sobre os parâmetros
relevantes de reprodução em ratos e coelhos. A beta-histina não é teratogénica. No
entanto, devido ao caráter investigacional dos estudos, não pode ser totalmente excluída
a existência de um risco.
6.1. Lista de excipientes
Povidona K90
Ce lu lo se micro cr ist a lina
Lactose monohidratada
Sílica anidra co lo idal
Crospovidona
Ácido esteárico
6.2. Incompatibilidades
Não aplicável.
6.3. Prazo de validade
3 anos.
6.4. Precauções especiais de conservação
Não conservar acima de 25ºC.
6.5. Natureza e conteúdo do recipiente
Embalagens de 20 e 60 unidades acondicionados em blisters de Alu-PVC/PVDC.
6.6. Precauções especiais de eliminação e manuseamento
Não exist e m requ isit o s espec ia is.
Generis Farmacêutica, S.A.
Rua João de Deus, 19
2700-487 Amadora
Portugal
Nº de registo: 5730999 - 20 comprimidos, 24 mg, blister Alu-PVC/PVDC.
Nº de registo: 5731096 - 60 comprimidos, 24 mg, blister Alu-PVC/PVDC.
AUTORIZAÇÃO DE INTRODUÇÃO NO MERCADO
Data da primeira autorização: 1 de fevereiro de 2006